Valorização econômica dos recursos naturais que são utilizados como insumos na produção, substituição de materiais, eficiência energética e reaproveitamento dos resíduos, adaptado aos padrões de produção e de consumo são as tendências econômicas do mundo moderno, devido à preocupação com o Meio Ambiente. Existe hoje um processo latente de mudança da forma de entendimento e condução da questão econômico-ambiental. Inicialmente vivia-se o paradigma do comando-e-controle, entendido como regulações governamentais que definem normas de desempenho para as tecnologias e produtos e estabelecem normas e padrões para efluentes e emissões. E não se trabalhava com auto-regulação por parte das empresas, o governo simplesmente estabelecia as regras e as atividades produtivas tinham que cumpri-las. Uma atuação e ação bipolares. Com o passar do tempo, e com a ocorrência de uma série de desastres ecológicos, do aumento da dilapidação dos recursos naturais, do aumento da poluição das águas, do ar e do solo, a humanidade voltou sua atenção para problemas como o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a chuva ácida, a desertificação crescente.
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano – ECO-92, já sob a égide do conceito de desenvolvimento sustentável, começou-se a formular uma nova visão para tratar do assunto. As empresas começaram a trabalhar em conceitos de atuação responsável, responsabilidade social, políticas de auto-regulação, e outros radicalmente novos com o da ecoeficiência. A visão econômica dos novos tempos é baseada na constatação de que a poluição representa recursos que se evadiram de um sistema de produção, sendo, portanto, uma anomalia econômica e evitá-la é do interesse do sistema produtivo. A dimensão econômica da sustentabilidade ganha corpo, insere-se definitivamente no processo e na política ambiental onde o controle do meio ambiente é estratégico e deve ser considerado uma vantagem competitiva. No caso da limpeza urbana a dimensão econômica tem uma similaridade total com a questão ambiental, tem as mesmas causas e sofre dos mesmos efeitos, e mais, faz parte integrante da questão ambiental e como tal deve ser entendida. A questão ambiental, assim como a dos resíduos, não é mais bipolar – comando-e-controle, mas sim tripolar – governo-sociedade-empresa. Hoje o que se espera de uma organização, seja ela empresa privada, não governamental ou instituição pública é que contribua para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável. Sabe-se que quanto mais responsabilidade se tiver socialmente maiores serão as chances de manter e ampliar a base de clientes, o que adquire maior importância quando se trata de uma entidade do Poder Público, pois sua clientela é toda a sociedade. Neste campo, representantes do executivo municipal, legisladores, gerentes, técnicos, empreendedores, empresários têm o poder de iniciar e assegurar grandes mudanças em nossa sociedade por meio da busca de oportunidades rentáveis aliadas à criatividade, à persistência e à sinergia com outros empreendedores.
O comportamento técnico, profissional e pessoal dos integrantes das instituições deve ser cada vez mais eticamente responsável, porque as pessoas exigirão relacionamento transparente das organizações e seus empregados e a comprovação de que não provocam impactos negativos na sociedade ou no ambiente. As organizações privadas e os setores do serviço público deverão lidar, cada vez mais, com as questões sociais e ambientais, tanto no âmbito interno quanto no externo. As relações vão ter que ser desenvolvidas e conduzidas de forma ética: governo, órgãos ambientais, empresários, comunidade, funcionários, e as atividades deverão promover os interesses e necessidades das pessoas em harmonia com a natureza.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Ética Econômica e Ambiental
O autor é Economista, Pós- graduando em Educação Ambiental e colaborador da Equipe de Projetos da Coordenadoria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Parintins.
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