Os problemas ambientais municipais são muitos, vão desde o lixo ao tratamento de água potável, da ocupação do solo em relação aos mananciais a problemas de esgoto sanitário. Em relação as áreas rurais podemos citar como problemas mais comuns : os desmatamentos irregulares, a degradação do solo e a poluição por agrotóxicos. Todos esses problemas afetam diretamente a saúde pública e a qualidade de vida da população local, logo, a urgência na solução de tais questões exigem do poder local uma atitude imediata. Nestes termos o órgão ambiental responsável deve estar preparado para solucionar e/ou minimizar tais problemas, mas, para isso é preciso que o mesmo utilize o mínimo de técnicas e tecnologias que lhe dê um suporte teórico/prático para que possa adotar medidas efizazes perante o problema.É dentro desta perspectiva que o Geoprocessamento surge como uma importante ferramenta no auxílio a gestão ambiental. Como ressalta um conhecido pesquisador da área, Xavier da Silva, “O Brasil conta com mais de 5.000 municípios que podem, em maior ou menor grau, se valer das técnicas de geoprocessamento para a definição dos diferentes tipos de potencial existentes em seus territórios”.
Esta poderosa ferramenta pode auxiliar muito no planejamento,organização e controle ambiental do território dos municípios, pois como coloca o mesmo autor utilizar o geoprocessamento é “ tratar o município de forma integrada, como uma visão sinóptica, porém detalhável ao nível necessário para enfrentar os problemas detectados, significa incorporar a natureza do território ao planejamento”. Logo tanto no planejamento como na gestão esta tecnologia dá uma importante contribuição.
Atraves do geoprocessamento podemos conhecer melhor o espaço geográfico, e desta forma os tomadores de decisão poderão gerir melhor o ambiente em que se encontram, sendo esta uma questão fundamental, pois refere-se à possibilidade do uso racional dos recursos diponíveis em um município, levando em consideração sua potencialidades e limitações existentes dentro de seu território. O geoprocessamento muda a forma de coletar, utilizar e dimensionar a informação, possibilitando o acompanhamento-monitoria- do desenvolvimento ou da implementação dos novos planos de desenvolvimento, por meios diversos, desde imagens de satélite até mapas interativos que permitem medir a espacialização da extensão dos efeitos das políticas e ações de desenvolvimento, sobre o espaço em questão, em tempo real. A possibilidade de processar geográficamente informação confiável, precisa e rapidamente acessível, para elaboração de planos e estratégias necessários à gestao do território municipal, compatíveis com as características particulares de cada sociedade e do espaço por ela ocupado ou produzido é, sem dúvida, a contribuição do geoprocessamento(VEIGA & XAVIER DA SILVA).
A administração pública precisa atentar para as vantagens de se desenvolver um Sistema de Informações Geográficas (SIG), pois o município como um todo se beneficiará com instrumentos técnicos que assegurem uma visão holística e ao mesmo tempo sinóptica de seu território, que leve em consideração tanto os fatores bióticos e abióticos, como o social e econômico. Podemos afirmar que o SIG em si não vai fazer nenhum milagre, mas, além de ser uma excelente ferramenta, possibilitará a instalação de uma “cultura do planejamento”, “uma cultura cartográfica”. Esta sim pode fazer a diferença na melhoria da qualidade de vida no município.